Quem me conhece profundamente
nada sabe verdadeiramente sobre mim
da consistência frágil de minha existência
dos medos que me assombram
madrugada adentro
das armadilhas emocionais que
povoam minhas esquinas
das erupções colossais de sentimentos
contraditórios
bons
ruins
humanos
de amor
de culpa
verdadeiros
sentimentos do mundo
nesse emaranhado de personagens e
numerosas faces.
que vivem a minha vida
num frenesi espetacular
em uma inquietação mórbida
brincando de faz de contas com
a minha alma
penso que nem tudo está perdido em mim
pois não preciso mais
esconder-me atrás de uma garrafa
de vinho barato
para justificar minhas ousadias
meus erros
minhas fraquezas
minhas mancadas
minhas inverdades
como uma borboleta
que volta pro casulo
eu volto ao meu gueto
enquanto observo o mundo
e vidas
desmoronando ao meu redor.
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Erminio Rezende
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Marcela Re Ribeiro